sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ATIVIDADE 3.2 - EPROINFO - NAVEGANDO PELA LITERATURA DE MATO GROSSO

Estive “passeando” na net para alimentar a minha sede de literatura mato grossense. Olha o que encontrei neste site: http://www2.unemat.br/literaturamt/. Ao clicar nesse hiperlink, você terá acesso à historiografia literária de Mato Grosso, bem como obras em prosa e verso, pesquisadores da área, enfim, todo esse material lhe fornecerá subsídios para conhecer um pouco da literatura de MT. É claro que ainda se está “engatinhando” nesse tema, porque a arte literária mato grossense é escassa de pesquisas. É de difícil acesso as obras escritas, por isso o interesse em manter atualizado esse espaço virtual de conhecimento e partilha. Para introduzir esse gosto, lanço mão de um dos poemas que lá estão, de Manoel de Barros. Deliciem-se!
Auto-retrato Falado
Venho de um Cuiabá garimpo e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda de bananas no Beco da Marinha,
onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá, entre bichos do
chão, pessoas humildes, aves, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Fazer o desprezível ser prezado é coisa que me apraz.
Já publiquei 10 livros de poesia; ao publicá-los me sinto
como que desonrado e fujo para o Pantanal onde
sou abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei – pelo que
fui salvo.
Descobri que todos os caminhos levam à ignorância.
Não fui para a sarjeta porque herdei uma fazenda de
gado. Os bois me recriam.
Agora sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral, porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

(Livro das ignorãças, p.107)
Acompanhe também outro poema de Manoel de Barros no vídeo abaixo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
Gosto de pessoas sinceras, sem que para isso agrida os outros. Sou fiel aos meus paradigmas (fé católica). Sou alegre porque confio em Deus.