sexta-feira, 26 de junho de 2009

E O CAMINHO CONTINUA...

Juciane Vareiro Ales, 32 anos, professora, formada pela UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso), Licenciada em Letras, atualmente lecionando na Escola Estadual Deputado Dormevil Faria e participante do Programa GESTAR II, curso ministrado pelo CEFAPRO, sob a orientação da Profª. Maria Rosalina – Disciplina Língua Portuguesa.
Após várias oficinas realizadas sob a orientação da Profª. Maria Rosalina, cheguei a várias considerações sobre o curso.
Para professores assim como eu, que tive uma formação baseada em métodos tradicionalistas, o curso oferece outras formas de conduzir a disciplina de Língua Portuguesa. A didática oferecida como sugestão, é acessível e atualizada, com textos condizentes com a realidade do aluno. Muitas atividades são novidades que passei a utilizar, mas ainda não possuo o domínio completo de certos conteúdos, no caso os gêneros, porém, tenho buscado ler mais a respeito, pesquisado os assuntos e tirar as dúvidas que vão surgindo ao longo do processo.
Os encontros que realizamos oferecem a oportunidade de trocarmos experiências com outros profissionais, havendo uma interação que é extremamente proveitosa. As idéias vão sendo tecidas e percebemos, em alguns casos, que havia muito que poderia ser feito, mas que nós não havíamos pensado sobre como executar determinada atividade em sala. As abordagens são importantes, pois são ferramentas que o professor pode lançar mão para buscar atingir seu objetivo e envolver o aluno naquele determinado assunto que ele pretende trabalhar.
Antes das oficinas começarem, eu possuía uma idéia definida sobre o que ensinar, e este ensino voltado sistematicamente para a gramática, pois o argumento que sempre utilizava era que se o sistema não mudasse o seu método de avaliar o candidato em cursos e vestibulares, então eu não poderia parar de ensinar gramática, por que isso iria fatalmente fazer falta. Mas com as oficinas, fui percebendo que todo o sistema está mudando, então o correto seria me adequar a estas mudanças. O próprio vestibular vem mudando a cada ano e isso foi um sinal significativo para mim de que as mudanças realmente estão acontecendo. Quando conseguimos entender a lógica, conseguimos aceitar melhor as mudanças e foi o que aconteceu no meu caso.
Durante as oficinas consigo ver também que os problemas existem em todos os lugares e que a nossa cruz, que muitas vezes parece pesada, em comparação com a cruz de outras pessoas, as nossas são muitas vezes mais leves do que podemos imaginar. Fui percebendo que o importante não é ver o problema, mas a criatividade que devo ter para poder contorná-lo. Muitos profissionais que participam das oficinas, possuem problemas iguais aos meus, maiores que os meus, insignificantes diante dos meus, mas que são problemas a serem resolvidos da melhor forma possível.
Nas oficinas temos como objeto de estudos os Gêneros Textuais, mas fui a cada oficina, fazendo leituras de vários “gêneros de profissionais”. Alguns são como o Cordel, são heróis humildes, anônimos, com aventuras, vivendo em reinos distantes e enfrentando vilanias de todos os formatos. Outros são Crônicas, assim como eu me vejo às vezes, que buscam informar, de forma humorística, às vezes sarcásticas, mas que no fundo falam mais do que realmente pretendem dizer. Já outros são como os Contos, breves, objetivos, detalhistas, com começo, meio e fim. Alguns tem no seu jeito de ser, um certo jeitinho injuntivo, que orienta, ensina, mas são tantos verbos no imperativo, que as vezes espantam as crianças, e por que não dizer, muitos colegas.
Sei que existe também aquele gênero Entrevista, que escolhe o seu entrevistado e o entope de perguntas, não faz por mal, sempre tem o seu objetivo, mas será que “o sino do recreio não vai demorar muito para tocar” (risos), pois sempre queremos escapar desses gêneros.
Por fim sabemos que somos muitos gêneros e que no final somos uma Narrativa extensa, coerente, coesa e que se encerra quando atingimos o nosso objetivo. Se tudo não tiver valido a pena ao final da narração, acredito que estivemos ocupados demais narrando e esquecemos de olhar para trás e admirar a narrativa que criamos e que no fundo se tornou um Épico.

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