sexta-feira, 26 de junho de 2009

RELATÓRIO DOS “AVANÇANDO NA PRÁTICA” APLICADOS PELA PROFESSORA CURSISTA DO GESTAR II

Juciane Vareiro Ales, 32 anos, professora, formada pela UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso), Licenciada em Letras, atualmente lecionando na Escola Estadual Deputado Dormevil Faria, entre os dias 25/05/2009 e 15/06/2009, realizei as seguintes atividades na disciplina de Língua Portuguesa com os alunos do 8º ano, turma C, período matutino, de acordo com o material fornecido pelo Programa GESTAR II – Língua Portuguesa, curso oferecido pelo CEFAPRO.
Após as definições (nomenclaturas) sobre gêneros textuais, realizei a primeira atividade referente a este assunto, na qual os alunos deveriam redigir um dicionário com gírias utilizadas pelos jovens O trabalho foi intitulado “Dicionário dos Jovens”. Os resultados que obtive foram satisfatórios, embora tenha observado que os alunos não possuíam um número expressivo de conhecimento sobre gírias. Relacionei esse fato à classe social que meus alunos pertencem, em média são alunos da classe média alta. Outro fato que foi possível observar foi que os alunos relacionaram gíria (linguagem oral) com a forma escrita comumente utilizada em msn ou orkuts. Por exemplo, uma de minhas alunas escreveu “BLZ”, justificando que a palavra “beleza” era uma gíria que ela utilizava, porém escrita apenas com B-L-Z. A forma como explicaram cada gíria também denotou certa falta de coerência e facilidade para expressar o conhecimento que detinham sobre as palavras relacionadas. Em anexo estão relacionadas algumas produções sobre esta atividade.
A segunda atividade com esta mesma turma, é referente aos textos “A Cigarra e as Formigas – A Formiga Má” página 37, TP3 e “Lavadeiras de Moçoró”, página 59, TP3. Os textos foram utilizados para leitura, discussão e interpretação. No texto “Lavadeiras de Moçoró” foi possível observar a forma como o processo de descrição funciona no texto. Nesta mesma aula, foi realizada a leitura do conto “Barril de Amontillado” de Edgar Allan Poe, para que os alunos observassem a técnica utilizada por esse escritor. Observei também que os alunos gostaram dos textos, embora já conhecessem o texto “A cigarra e a formiga”.
Já na terceira atividade, foi realizada a leitura de 03 (três) piadas em sala “Loira”, “Advogado ao Telefone” e “Receita Cazêra Minera Moi de Repôi nu Ài Iói”, (segue em anexo), nas quais os alunos observaram a linguagem utilizada e depois de socializarmos os assuntos em sala, foram estimulados a realizar uma releitura da “”Receita Mineira” de forma lúdica. Os resultados que obtive foram interessantes, porém observei que eles se detinham muito na forma convencional da estrutura de uma receita sem conseguir reescrever as receitas de forma a dar-lhes um cunho divertido; alguns alunos, inclusive, acabaram por entender que deveriam escrever na íntegra uma receita e a proposta não era essa. Estão acostumados a tentar atingir um resultado convencional, mesmo quando isso não é exigido deles.
A quarta atividade realizada foi referente ao gênero Editorial e Crônica, (15/06/2009), os alunos levaram revistas e jornais para a sala de aula. Foram feitas leituras sobre o Editorial da revista Veja e a coluna do escritor Millôr Fernandes, e os alunos consideraram a forma um tanto confusa; com algumas explicações e conversas, notei que a falta de entendimento por parte dos alunos restringia-se ao fato de não conseguirem relacionar alguns elementos ali relacionados com outros elementos externos, a leitura que eles fizeram foi superficial e não se estendia a outros elementos. Millôr Fernandes, em um dos seus textos faz uma referência à falta de cultura dos políticos brasileiros e sua falta de conhecimento sobre a nossa gramática e menciona que os senadores com certeza acabaram com a “regência, com a Proclamação da República”. Encontrei certa dificuldade para explicar a eles sobre a “regência” que temos dentro da gramática e a “Regência”, período em que tínhamos um príncipe regente no Brasil. Eles não conseguiram associar fato histórico X gramática.

Um comentário:

  1. Segundo Bakhtin (2003), a verdadeira substancia da língua não é constituida por um sistema abstrato de formas linguisticas, nem pela enunciação monológica isolada que fazem parte das concepções de linguagem como expressão do pensamento, ou linguagem como comunicação. Mas, numa perspectiva interacionista, a linguagem é um fenomeno social da interação verbal, realizada por meio da enunciação ou das enunciações. Portanto, o mesmo pode ser outro, a depender do gênero, do suporte, da esfera de circulação e dos interlocutores envolvidos na interação social. Soeli Aparecida Rossi de Arruda

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